Existe vinho após a morte?
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- Categoria: a história do vinho
Abydos foi uma importante cidade do antigo Egito, uma região sagrada que também é um local de interessantes descobertas arqueológicas, relacionadas ao vinho!
No final do século 19, arqueólogos escavaram, em Abydos, o túmulo de um tal Rei Scorpion, que data de aproximadamente 3.200 a.C.
Na tumba, além dos restos reais, foram identificados muitos objetos, como caixas de madeira cheias de roupas, hieróglifos em placas de marfim, jóias, móveis... Pelo que se sabe da cultura e religião egípcia, tudo aquilo que era considerado essencial para acompanhar um monarca durante a eternidade.
Entre todos esses objetos, em uma parte do túmulo, também estavam mais de 300 vasos de barro, intactos. Submetidos à análise química, comprovou-se que esses vasos haviam sido utilizados para armazenar vinho.
Num primeiro momento, essa constatação deixou os arqueólogos inquietos, pois o Rei Scorpion viveu no Egito, séculos antes do cultivo de qualquer vinha na região do Nilo. De onde teria vindo, então, tanto vinho?
Ao analisar os vasos, os arqueólogos, então, perceberam que os mesmos eram feitos de barro da Palestina, e não do Egito. O que isso significa? Significa que o nosso amigo Rei Scorpion era um grande importador de vinho! Isso, numa época na qual as distâncias eram extremamente difíceis de serem vencidas...
E por que o vinho estava na tumba? Porque ele era considerado essencial para uma boa vida após a morte, um privilégio de poucos.
Na realidade, imagina-se que o Rei Scorpion, agora já íntimo nosso, também tenha desfrutado as delícias do vinho em vida, mas, disso não há provas. O que sabemos, de fato, é que ele queria compartilhá-lo com os deuses!
Será que ele conseguiu?
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